domingo, outubro 10, 2004

SEPARAÇÕES

E você, como termina um namoro?
por Vange Leonel
8/9/2004

Lésbicas adoram relacionamentos exclusivos e duradouros. Embora seja uma generalização, não há quem discorde: é só olhar em volta para constatar que a maior parte de suas amigas bolachas está namorando alguém. Claro, há lésbicas avulsas, como as tão novas que ainda não sabem catar menina ou as que estão atravessando aquele breve intervalo entre um relacionamento e outro. Há também as que são solteiras porque vivem trancadas num armário pequeno demais para duas pessoas ou aquelas que são tão exigentes que nenhuma mulher consegue ser boa o suficiente para elas.
Mas estas são exceções. A preferência lésbica por casamentos duradouros é um fenômeno estabelecido, comentado, pesquisado, explicado, difundido e tido como verdade universal dentro do mundo GLS. Entretanto, esses casamentos não são eternos, o que faz com que as lésbicas, mestras no cultivo de relacionamentos longos, se transformem também em experts em separações.
Após anos observando em volta, depois de ler inúmeras biografias de lésbicas famosas e, principalmente, baseada em minha própria experiência, passei a identificar as garotas de acordo com suas atitudes diante de uma separação. Obviamente, trata-se de uma classificação arbitrária e não-científica e uma mesma garota pode adotar procedimentos diferentes ao longo de sua vida. Vamos a elas:

A Barriguda - esse é aquele tipo de garota que percebe que o casamento está terminando, mas se recusa a aceitar o fato porque tem medo de ficar sozinha, não tem coragem de dizer o que sente ou então não quer assumir a responsabilidade de terminar o namoro. Como conseqüência, ela começa a empurrar o relacionamento com a barriga até que ele se dissolva e fique tão chato que ambas as partes resolvam pela separação, antes que morram de tédio.
A Precavida - esse tipinho é aquele que só termina um relacionamento se já estiver com outra namorada em vista. Geralmente, quando sente que o casamento está com dias contados, a precavida sai à procura de pretendentes e até pula a cerca vez ou outra, a título de test-drive. No momento exato em que encontra uma amante promissora, ela desfaz seu casamento e se muda, de mala e cuia, para a casa da nova namorada.
A Psicosapa - esta, por definição, jamais termina um relacionamento. Invariavelmente, é sua namorada quem pede a separação e, quando isso acontece, a psicosapa faz questão de destruir tudo em volta: quebra pratos, rasga retratos e aniquila qualquer coisa que possa servir de recordação no futuro. Depois, sai pela cidade espalhando podres da ex, fazendo campanhas de esclarecimento para que nenhuma mulher jamais se aproxime daquela que destruiu seu coração. Depois que se separa, é muito comum a psicosapa perseguir a ex por meses, incansavelmente. Esse tipo de garota guarda muitas mágoas e isso faz com que ela demore mais tempo que o normal para engatar outro relacionamento.
A Enfermeira - quando termina um romance, o tipo "enfermeira", ao contrário da "psicosapa", gosta de colar os caquinhos e cuidar da ex-namorada até que fique tudo bem entre elas. Esse tipo é aquele que, mesmo de namorada nova, visita a ex todo fim de semana e telefona quase sempre para saber se está tudo bem. Boa e generosa, ela até se esforça para providenciar novas paixões e pretendentes para a ex, chegando ao extremo de levá-la para a balada junto com a nova namorada, só para que a ex não fique muito solitária.
A Barraqueira - é aquele tipo de garota que não consegue terminar um namoro sem fazer um barraco. Muitas vezes, a "barraqueira" é confundida com a "psicosapa", mas há uma diferença básica: enquanto a "psicosapa" atua na surdina, conspirando em silêncio, fazendo campana e espalhando fofocas, a "barraqueira" é mais explícita, brigando em público, podendo apelar para a violência física. Geralmente, a "barraqueira" não consegue partir para outro relacionamento sem antes dar uns bons tabefes na (ou levar uma bifa da) ex.
A Vai-e-Volta - bem comum entre as lésbicas, o tipo "vai-e-volta" geralmente se casa com outro tipo "vai-e-volta". Elas terminam o namoro, depois reatam, na seqüência rompem novamente, depois voltam a namorar e, se alguém resolve perguntar a elas se são namoradas, nem elas sabem dizer. Esse tipo adora alugar as orelhas das amigas para derramar suas mágoas nas fases em que estão separadas. Depois que as amigas se esforçam para convence-la da separação, o tipo "vai-e-volta", contrariando tudo e todas, sempre reata o casamento, deixando as amigas na maior saia justa e com as orelhas ardendo.

Bem, esses são apenas alguns exemplos. Aposto que há muito mais. Se você conhece mais alguma maneira clássica e lésbica de se separar, comentaí...

 
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